Os segredos da criatividade: Como treinar essa habilidade diariamente

No dia a dia, às vezes parece impossível ter uma nova ideia ou resolver um simples problema, a falta de criatividade é comum e acontece com qualquer pessoa. Ficamos tão envolvidos na correria da entrega de tarefas, prazos, preocupações pessoais, que esquecemos de parar, respirar e pensar conscientemente. Vivemos no automático.

A boa notícia é que ser criativo não é um dom, e sim uma habilidade, que você pode desenvolver sem nenhum milagre, na verdade é mais simples do que você imagina. 

Mas como exercitar tudo isso no dia a dia? Leia até o final desse blog, que a gente te conta!

O que é criatividade?

Por definição, criatividade é a capacidade de criar, imaginar ou produzir algo novo e diferente. Ela não é um dom, mas sim uma habilidade que pode, e deve, ser treinada. Estudos mostram que a criatividade está entre as principais competências para o século XXI, sendo reconhecida como um diferencial tanto na vida pessoal quanto profissional.

Podemos pensar em quatro pilares principais que sustentam o ato criativo. A intenção é a força motriz da criatividade, cria soluções para problemas antes mesmo deles existirem. A consciência é a capacidade de perceber o que acontece ao redor, como vemos o mundo e filtramos informações, a cultura influencia na visão de mundo e costumes, e a sensibilidade conecta tudo que é armazenado na consciência.

Intenção

A intenção é o motor da criatividade, o impulso que dá propósito e direção ao ato de criar. Ela transforma o desejo em ação orientada, antecipando soluções antes mesmo dos problemas existirem. Sem uma intenção clara, a criação se perde, mas com ela, ganha foco e direcionamento. 

Consciência

A consciência é a capacidade de perceber e compreender o mundo, interna e externamente. Ela amplia o olhar, permitindo observar o comum com novos olhos. A atenção e a autoconsciência fortalecem esse pilar, pois ajudam o criador a captar detalhes, padrões e emoções sutis. Quanto maior a consciência, mais amplas são as conexões mentais e mais originais as ideias que emergem.

Cultura

A cultura é uma das bases da criatividade, o conjunto de valores, linguagens e referências que moldam nosso olhar. Ela fornece repertório, nos fazendo dialogar com o nosso contexto. No mundo atual, a mistura entre culturas, estilos e saberes potencializa o surgimento de novas formas criativas.

Sensibilidade

A sensibilidade é o elo entre a consciência e a inconsciência. É a capacidade de sentir, captar nuances e traduzir emoções em forma. Ela é o campo que conecta os seres humanos com o mundo, consigo mesmo e entre si. Dar atenção à sensibilidade é essencial para que o ato criativo seja humano e significativo.

um gato escrevendo, representando uma pessoa criativa

Por que nos sentimos sem criatividade?

Na correria do dia a dia, é comum nos sentirmos sem criatividade. Isso pode ser causado pelo estresse, falta de tempo, falta de repertório, e muitas outras coisas. Mas calma, não precisa perder as esperanças, porque, como citamos anteriormente, a criatividade é uma habilidade que pode ser aprendida.

Nem todos os dias vamos estar 100% para criar, e tá tudo bem! Mas é importante identificarmos os motivos que levam ao bloqueio criativo, para entendermos melhor o que fazer e o que evitar.

Burnout criativo

Quando a rotina exige alta performance criativa constante, podemos entrar em um estado de exaustão física, mental e emocional, o chamado burnout criativo. Essa condição vai além de um simples bloqueio: ela acaba com a motivação, a inspiração e a satisfação com o próprio trabalho.

Sobrecarga e estresse

Em ambientes criativos, como as agências, a correria é real. Fazemos tudo no automático, revisamos pouco, e acabamos repetindo fórmulas conhecidas. Nessa pressa, a criatividade perde espaço: não sobra tempo para questionar, propor ou experimentar.

sheldon de the big bang theory estressado, representando a sobrecarga e as consequências do estresse na criatividade

Excesso de informação e o celular

Vivemos hiperconectados o tempo inteiro. Com o acúmulo de informações que recebemos, surge a sensação de que “tudo já foi criado”, e isso inibe ideias novas. O celular, que poderia ser aliado para anotações, muitas vezes vira distração e apaga o momento de insight que surgiu.

Sensação de que os criativos são descartáveis

Para quem faz parte de times de criação, existe a sensação de que as peças são facilmente descartáveis, é colocado um esforço grande em algo que o cliente talvez nem receba um retorno satisfatório. Além disso, por mais que ferramentas de IA sejam úteis, há o receio de que substituam o trabalho, e passa a impressão de que é muito fácil e rápido ajustar uma tarefa.

Falta de descanso

Sem sono adequado e pausas, não funcionamos direito. O que acontece com o cérebro quando não dormimos bem?

  • Fica mais difícil manter a concentração e responder rapidamente às situações do dia a dia
  • O hipocampo, região do cérebro responsável pelas memórias, é afetado, dificultando a fixação de novos conteúdos
  • Alterações no humor, irritabilidade e agravamento de sintomas psiquiátricos

Síndrome do impostor

A síndrome do impostor pode fazer você sentir-se menos criativo, apesar de feedbacks positivos, e te mantém numa estagnação criativa.

É crucial lembrar que a criatividade pode ser exercitada e desenvolvida, reconhecer seu valor e desafiar pensamentos autocríticos é fundamental, questionando se eles são baseados em fatos ou crenças internas.

A inspiração não tem hora marcada

A criatividade é imprevisível. Muitas vezes, as melhores ideias surgem em momentos simples, como um banho ou uma caminhada. Isso acontece porque o cérebro relaxado continua processando informações em segundo plano, fenômeno conhecido como ócio criativo.

Segundo o sociólogo Domenico de Masi, o ócio significa a necessidade de tempo livre, dedicado a lazer e hobbies, seja consumindo ou produzindo conteúdo. Segundo ele, o tempo livre  estimula a criatividade.

O ócio criativo tem diversos benefícios além da criatividade, como o autoconhecimento, consolidação de memórias, ajuda a processar e regular emoções e aumenta o foco.

E como praticamos o ócio criativo? Você pode (e deve) fazer pausas durante o dia no meio do caos para dar aquela respirada, fazendo meditação, que já é comprovado cientificamente que tem muitos benefícios para o cérebro, reduzir o tempo de tela do celular, se conectar com a natureza, e ter hobbies prazerosos.

dwight meditando, como uma pessoa deve fazer para exercitar a criatividade

Pausa para a neurociência

A neurociência explica que o cérebro opera com dois sistemas: o Sistema 1, mais lógico e deliberado, que refina e avalia as ideias, e o Sistema 2, rápido e intuitivo, guiado por emoções e associações. A criatividade nasce quando ambos trabalham em conjunto, o primeiro gera o estalo e o segundo organiza a ideia.

Essa teoria se conecta ao estudo de J. P. Guilford (1950), que diferenciou o pensamento convergente (racional, estruturado e objetivo) do pensamento divergente (livre, caótico e associativo). No fim, criar é equilibrar razão e emoção.

Os 5 elementos da criatividade

Se você chegou até aqui, já decorou o nosso mantra de que criatividade não é dom, é treino, e, na maioria das vezes, bem menos glamouroso do que parece. Ela nasce no improviso, no caos organizado do dia a dia e naquele estalo que só aparece quando a gente está vivendo, observando, testando e conectando coisas que, a princípio, não tinham nada a ver.

Mas existe um método por trás desse “momento genial”. Cinco elementos formam a base da criatividade prática, aquela que transforma ideias em soluções reais e que move marcas, projetos e pessoas.

1. Associação – Conectar ideias aparentemente desconexas é o ponto de partida para a inovação.
2. Questionamento – Pessoas criativas desafiam o óbvio e perguntam “e se…?”.
3. Observação – O olhar atento identifica padrões e oportunidades escondidas.
4. Networking – Conversar com pessoas diferentes amplia horizontes e repertórios. Como diz Austin Kleon, autor de Roube como um Artista, “Você é a soma das suas influências.”
5. Experimentação – Testar, errar e tentar de novo é o que transforma ideias em resultados. E não somente isso, experienciar a vida, novos lugares, pessoas e contextos, trazem uma bagagem gigante e muito repertório criativo.

Como ser criativo na correria do dia a dia

Mesmo na rotina acelerada, é possível aplicar pequenas ações para manter a mente criativa.

Antes de começar uma tarefa, reserve 15 minutos para buscar referências e entender o contexto. Essa simples prática evita refações e melhora a qualidade das entregas, além de trazer mais entendimento sobre o assunto.

Crie também um ambiente inspirador. Música, luz agradável e até um café podem ajudar a estimular o cérebro. Às vezes, mudar de lugar, trabalhar em um café ou área aberta, já é o suficiente para destravar ideias.

Outra dica é usar o corpo. Desenhe, escreva à mão, rabisque. Esses gestos ativam áreas cerebrais ligadas à imaginação.

E, claro, fuja do óbvio. A solução criativa geralmente está além da primeira ideia que surge.

  • Exemplo: Em vez de responder a uma reclamação com um pedido de desculpas padrão, transforme o problema em insight para uma nova ação ou campanha.

Por fim, adote limitações criativas. Impor restrições (de tempo, formato ou recursos) pode gerar soluções mais inovadoras, pois obriga o cérebro a pensar diferente.

Uma técnica útil para isso é a dos 6 Chapéus do Pensamento, de Edward de Bono.

os 6 chapéus do pensamento que ajudam na criatividade

Fonte: Medium

Cada chapéu representa uma forma de pensar:

  • Azul: coordenação e organização
  • Branco: dados e fatos
  • Vermelho: emoções e intuição
  • Preto: riscos e pontos negativos
  • Amarelo: benefícios e oportunidades
    Verde: ideias e soluções criativas

Aplicar essa técnica em grupo, especialmente em campanhas e brainstorms, ajuda a visualizar o problema por diversos ângulos e fortalece o processo criativo.

A Raised tem criatividade para criar e ir além

Aqui na Raised, a criatividade não aparece só quando a pauta pede, ela faz parte da nossa rotina. É o que guia nossas conversas, nossas soluções e a forma como transformamos desafios em projetos com propósito, seja qual for o setor.

Mais do que um processo, enxergamos a criatividade como um exercício contínuo: ela cresce quando a gente troca, testa, observa, erra, aprende e tenta de novo. A cada ideia compartilhada, um novo caminho se abre.

Se esse conteúdo te inspirou, fica o convite: coloque o hábito criativo na sua rotina. No começo parece pequeno, mas é assim que as melhores ideias nascem, uma faísca por vez. 

E para ter soluções criativas para o seu negócio, fale com a Raised! Somos especialistas em superar expectativas com criatividade e ousadia para ir além.